Na cidade existe vários tipos de comércio, alguns bancos (é bom confirmar se existe agência do seu banco antes de ir), bares, restaurantes e pousadas, mas são poucas as opções é é tudo muito simples. Apesar da beleza cênica da região, o turismo ainda não é explorado.
Minha curiosidade de conhecer esse cantinho se deu exatamente por isso. Depois de conversar com moradores de Conceição do Mato Dentro (município vizinho), eu pensei: como pode um local desse, cheio de cachoeiras, não ter muita informação na internet e quase ninguém conhecer? Enfim... resolvi ir lá ver com meus próprios olhos! Me surpreendi!
Apesar de ser carnaval, as cachoeiras estavam todas vazias! Isso mesmo! Sem muvuca nenhuma! Os preços de hospedagem, comida, bebida, super acessíveis (as pousadas cobravam em média R$80,00 o casal). São três as pousadas:
Dois Irmãos (localizada no posto Zema da entrada da cidade, tem quartos mais simples e completos, com frigobar e ar-condicionado): (31) 3869-1312 ou (31) 98431-2602 ou (31) 98317-5747
Dona Lourdinha local tranquilo, quartos com TV e ventilador): (31) 98470-1520
Xodó: (conta com uma unidade no Centro, em local mais barulhento, em cima de bar, e outra em ambiente mais tranquilo) Sr. Ivonete (31) 98496-7200
Para refeição, de dia o almoço na Dona Lourdinha é perfeito! Custa R$13,00 e é feito no fogão lenha. Super bem servido.
A noite as opções melhores são o Neto Lanches (sanduíche) e a Pizzaria do Toninho (pizza, porções, caldos).
Há também uma padaria excelente, sorveteria, açaí e vários bares com tira gostos.
Quanto aos atrativos..... esses são incontáveis. Não deu tempo de conhecer tudo, preciso voltar lá! A da Barragem do Levy é a que fica mais perto da cidade. Outras ficam em locais mais distantes, em povoados: Águas Claras, Capão Redondo, Água de baixo do chão, das Virgens, Barbado, Cedro, Maurício, Pedra Furada, Catedral, do Bicho, Rosinha, Barrado, Injeitado, Rio Preto, Jacuí, Pereiras, Tromba Danta, Carapina, Alves. Como era minha primeira visita, escolhi ir nas mais altas (com mais de 100mts de queda) e foi ótimo!
A cachoeira da Fumaça fica no povoado de Extrema, há 15km da cidade. Para chegar até lá basta pegar a estrada voltando para Conceição do Mato Dentro, depois de passar o povoado de Alves (onde tem um delicioso requeijão no bar do Zezinho e uma cachoeira), seguir por mais 6km até um entroncamento a direita onde tem um ponto de ônibus. Seguir a estrada de terra por 4km, sempre em frente.
Alves:
Uma das primeiras casas a direita tem uma placa escrito Campo da Siriema. É por ela que se chega à trilha da cachoeira. Os moradores são muito simpáticos e não costumam cobrar o acesso à Fumaça e da casa já dá pra ver a imponente cachoeira! O ideal é deixar o carro na estrada e entrar no terreno da casa a pé, até mesmo para incomodar menos os proprietários. O Sr. Geraldo explica direitinho onde a trilha começa, logo do lado esquerdo da porteirinha azul, onde tem o mirante da cachoeira. Apesar de não ser necessário caminhar muito, a volta é puxada, pois tem uma subida bem íngreme.
No povoado de Extrema é possível se hospedar em cima do bar 3DG ( que nem sempre tem comida, mas tem cerveja gelada). Um quarto é suíte, os outros 4 quartos compartilham um banheiro. O contato lá é Sr. Davi (31) 98468-8578.
Outra opção para beber e comer é o Contratempo. Esse bar fica mais de quebradinha, numa ruazinha de terra que começa nos fundos da igreja. Ele é novo, derivado de uma projeto de Eco Vila da Alessandra. Eu fui à inauguração que contou com música ao vivo e petiscos. O ambiente é delicioso!
Além da cachoeira da Fumaça, perto de Extrema dá para conhecer mais duas cachoeiras que são no mesmo rio da Fumaça (uma acima e outra abaixo) mais a Carapina Rio das Pedras.
Outro lugar incrível que eu conheci foi a cachoeira da Sumitumba. Essa é bem mais difícil de chegar tanto no acesso da estrada quanto a trilha. Quando perguntei por ela várias pessoas tentaram me desanimar de conhecê-la. Diziam ser muito difícil, que tem que nadar, atravessar canyon, mas nada me desanimou nem aos meus parceiros de viagem. A sensação que ficou é a de que as pessoas não querem mesmo que a cachoeira seja muito conhecida, mas da estrada já dá pra ver a sua parte alta e assim, a curiosidade fica incontrolada!!!
Para chegar até onde dá para ir de carro, deve-se seguir como se fosse até Extrema, porém no kilometro 3, um pouco antes das casas do povoado, deve-se virar à esquerda e seguir por mais 6km. São duas as porteiras, uma de madeira e depois uma de ferro. Passa por um curral na porteira de ferro, algumas fazendinhas e um salão de pedras lindo.
Dá estrava dá pra ver a queda da Fumaça, depois a Sumitumba e outras cachoeiras que eu não soube identificar (talvez não sejam perenes).
Se houver dúvida pelo caminho, basta perguntar pela Sumitumba ou casa da Dona Geni, antigo acesso para a cachoeira. Hoje os filhos da Dona Geni colocaram um cadeado na porteira da casa dela e não autorizam a passagem de turistas. Após os 6km chega-se há uma bifurcação em frente uma casinha branca. Para direita fica a casa da Dona Geni, para esquerda o novo acesso pata a Sumitumba. Ao lado do primeiro mata burro tem uma cerca de arame farpado com uma discreta cerca que leva a uma estradinha de terra. Tem que entrar nessa estradinha, bem perpendicular ao mata burro. Alguns carros podem ter dificuldade de passar por essa estradinha na época de chuva e ela não tem mais que 1km.
No final da estradinha é melhor deixar os carro baixos, pois dali em diante é preciso atravessar um riozinho e um pasto cheio de cupinzeiros. Carro alto e com tração 4x4 vai tranquilo e caso a opção seja caminhar, leva menos de 10 minutos. A trilha começa na beira do rio. Tem um caminhozinho que vai do pasto para o rio, mas esse é mais complicado. O melhor é ir acompanhando o rio pelo pasto até onde avista-se um outro caminhozinho (mais discreto) que sai em um poção e umas pedronas. Daí pra frente a paisagem toma forma de Canyon e é preciso subir pedras e o rio. Como tem algumas partes em que a única forma de passar é nadando, o jeito é deixar para trás roupas e eletrônicos. São quatro poços mais profundos e uma cascatinha. O trajeto todo leva em média meia hora, mas depende muito da condição física de cada um, pois o grau de dificuldade (e risco) é alto. Em caso de chuva, não vá!
Apesar de tudo..... vale super a pena! É um dos lugares mais fantásticos que conheci. A trilha já é linda, fazendo o zig-zag do canyon. A cada curva desperta a curiosidade se a cachoeira vai aparecer ou não. No final, a luz do sol deixa amarelo os cristais depositados no fundo água e termina de abrilhantar o visual!
Seguindo a estrada da Sumitumba dá para chegar a Itocolomi, cachoeira Rabo de Cavalo, entrada dos povoados de Baú, Candeias e Tabuleiro.
No final do feriado já me sentia nativa de Congonhas do Norte. Conhecia até o prefeito, que foi supre receptivo! Os donos dos restaurantes, a população em geral, pareciam amigos nossos de longa data! Eita povo acolhedor!!! Não deixa de ir pra Congonhas do Norte e sinta-se em casa!!!!
Mais sobre a região!
http://encantosprair.blogspot.com/2013/07/tabuleiro.html?m=1
http://encantosprair.blogspot.com/2017/03/serra-do-intendente-canyon-do-peixe.html?m=1
https://encantosprair.blogspot.com/2019/02/o-entorno-da-cachoeira-de-tabuleiro.html?m=1