Cavalcante é uma pequena cidade do interior de Goiás, aproximadamente 300km de Brasília.
A cidade tem um ar interiorano, um pouco místico e é emoldurada por uma paisagem maravilhosa da Chapada dos Veadeiros (a maior parte do parque fica em Cavalcante).
Por todo lado são avistados paredões de pedras, montanhas, cachoeiras.
Dentre as cidades da Chapada, Cavalcante é a que tem preços mais acessíveis quanto a hospedagem e alimentação.
O turismo da cidade é bem organizado. Tem um Centro de Atendimento ao Turista que dá algumas informações, mas falta um mapinha sinalizando os pontos a serem visitados e suas principais características como dificuldade de acesso e dificuldade das trilhas.
Enfim, como a maior parte dos atrativos exige a presença de um guia, a orientação fica dependendo do guia que acompanha o turista. Alguns guias se mostraram mais preguiçosos e eles mesmos queriam ditar qual o passeio fazer, outros são mais dispostos e fazem o máximo para o turista aproveitar as paisagens (os guias sempre levam colete salva vidas).
O preço do dia do guia é 150$ e se for um grupo de mais de sete pessoas fica 20$ por pessoa. Esse preço fechado acabou impossibilitando que eu fizesse os passeios que eu realmente queria fazer, pois pagar 150$ sozinha ou com poucas pessoas é apertado. Eu acabei tendo que encaixar meus passeios nos grupos que eram formados.
Quanto a hospedagem, são encontrados diversos campings, pousadas e casas para aluguel. É possível se hospedar também nas comunidades quilombolas, como a Kalunga.
Na praça e em ruazinhas paralelas ficam diversos restaurantes, alguns simples e outros mais charmosos. A pizza da Julia é muito famosa e fica lotada! Na praça tem lugares que fazem panelinhas que servem 4 pessoas por 20$.
No que diz respeito às paisagens, é difícil montar uma agenda para todos os passeios, pois são muitas as opções e um lugar mais maravilhoso que o outro.
Logo no primeiro dia já me organizei para ir ao principal ponto turístico, a cachoeira Santa Bárbara. Saem passeios para lá a partir de São Jorge e Alto Paraíso também.
O importante é chegar cedo pois são permitidas apenas 300 pessoas por dia (em grupos de 50 pessoas de cada vez) e na alta temporada esse número chega a ser atingido as 9h da manhã!
O guia de Cavalcante cobra 150$, um guia contratado diretamente na comunidade Kalunga (35km da cidade) cobra 100$. Fora o custo do guia, visitar a Santa Bárbara custa 20$ por pessoa.
A trilha para a cachoeira é de 1,6km. Tem um pouco de subida e é quase toda sob o sol, mas é tranquila e vale muito a pena. São duas quedas, uma menor (muito azul) e outra mais alta e que fica mais cheia, pois vários guias vão apenas nela.
Na comunidade dá para conhecer também a cachoeira Candarú e a Capivara (10$ cada uma). Não consegui achar um grupo para dividir o guia e ir na Capivara (uma das mais bonitas da região) e por isso fui apenas na Candarú no mesmo dia que fui na Santa Barbara (alguns guias sugerem ir nas 3 em um único dia e já compram a entrada das 3 na chegada à comunidade Kalunga, mas é bem puxado e por isso sugiro comprar os ingressos ao longo do dia, na medida do que vai sendo possível fazer). De carro alto e 4x4 dá para chegar bem perto da Candaru, caso contrário e trilha fica bem longa e com muita subida!
A caminhada para a Capivara eu ouvi dizer que é um pouco pesada por ser sobre pedras, mas a distância é de apenas 800m.
Como as vezes o tempo de esperar para liberar um grupo para ir a Santa Barbara é longo, vale muito a pena ir aproveitando o período de espera em outra cachoeira.
Após os passeios dá para almoçar na comunidade Kalunga. O ideal é reservar com antecedência, mas na hora as vezes os restaurantes (simples na casa de moradores) ainda têm disponibilidade para receber mais turistas. O almoço custa 30$ por pessoa (valor para crianças é diferente) para comer a vontade e tem muita opção, tudo delicioso! O suco do caju do cerrado também é perfeito!
Além dos restaurantes, no entorno do Centro de Atendimento ao Turista são vendidos lanches, caldo de cana, frutas secas, produtos locais e etc.
No dia seguinte eu queria ter ido ao Rio da Prata, complexo de cachoeiras que dizem ser maravilhoso, mas não consegui um grupo e por isso fui à cachoeira São Félix. A troca foi bem feita pois a cachoeira é linda e tem uma praia deliciosa. O dia do guia foi 150$ e a entrada 20$ (algumas pessoas que estavam lá disseram que não pagaram, outras afirmaram que foi 10$, por fim.... o guia falou 20$).
A cachoeira tem acesso fácil no que diz respeito à trilha (300m) mas o carro ... roda muito e em estradas com acesso um pouco ruim (60km). O povoado mais próximo é o São Domingos e dá para almoçar na fazenda da cachoeira (30$, por encomenda, comida um pouco mais simples que no Kalunga, porém com sabor delicioso).
Nessa cachoeira dá para acampar e é permitido levar cooler com bebidas.
Para descansar, tomar sol, curtir praia e para crianças o lugar é perfeito!
No dia que fui à São Felix era ano novo e ainda bem que aproveitamos muito o dia mesmo, pois a noite acabou a água e por isso os bares fecharam. A prefeitura não organizou nada para o reveillon. A luz também falhou no dia anterior. Foi possível notar uma falta de preparo e investimento do poder público. O turismo fica muito a mercê da associação de guias.
No dia 01/01 a cachoeira Santa Barbara estava vazia! Fui à comunidade Kalunga tentar um grupo para ir à Capivara e não consegui, todos estavam indo direto para a Santa Barbara (às 13h tinham entrado apenas 120 pessoas e ainda tinha como visitar a cachoeira, no dia que eu fui as 9h já tinham sido vendidos os 300 ingressos).
Diante disso, fui para a fazenda Veredas que pode ser visitada sem guia e fica apenas 10km da cidade (20$ por pessoa). A fazenda tem pousada e restaurante.
São 6 cachoeiras na fazenda, algumas de fácil acesso e outras não. A Veredão é uma das maiores da região e te acesso complicado, subindo o rio por um canyon. Como o tempo estava meio fechado e acabou chovendo, escolhi ir nas cachoeiras de acesso mais fácil.
Com carro traçado dá para reduzir bastante a caminhada.
Primeiro fui à parte alta da Veredão onde fica a cachoeira Veredinha. Vi várias fotos antes de ir e tirei várias fotos lá também, mas nada transmite a real paisagem. O lugar é muito alto e espremido no canyon! Chega a dar vertigem! É incrível a sensação de impotência que sentimos lá diante da natureza!
A caminhada é curta mas tem trechos sobre pedras e escadinhas que auxiliam o acesso ao canyon.
Seguindo mais adiante na estradinha (tem placas indicando) fica a cascata e a cachoeira poço encantado. Essas tem acesso muito fácil e são tranquilas para ir com crianças. A água corre por lajeados e forma diversas corredeiras e poços. O sol bate em quase toda a área e devido ao amplo lajeado, mesmo havendo muita gente dá para ficar em um cantinho tranquilo.
Existem outras cachoeiras na fazenda, mas começou a chover e conhecer tudo ficou para uma próxima ocasião.
Outro lugar imperdível em Cavalcante é a Cervejaria Aracê (um pouco afastada do Centro da cidade, com sinalização indicando, no caminho para a Veredas).
A cerveja mais diferente lá é a de Baru. O preço de garrafas de 600ml é mais ou menos 20$, são servidos petiscos chilenos e tradicionais e o ambiente é ótimo, super agradável.
Conhecer todas as maravilhas de Cavalcante e mergulhar na sua história de luta dos escravos pode durar dias, mas mesmo uma passadinha rápida é sensacional. Em breve espero voltar, mas não no ano novo rsrs senti falta de uma farra boa!
Obs.: no caminho uma paradinha na cachoeira Poço Encantado (mesmo nome de uma das cachoeiras da Fazenda Veredas) é uma boa pedida.
Importante: montar toda uma estrutura anti pernilongo! Repelente, vela de citronela, tudo é bem vindo!
MAIS INFO DA CHAPADA
http://encantosprair.blogspot.com.br/2018/01/sao-jorge-chapada-dos-veadeiros-go.html
http://encantosprair.blogspot.com.br/2015/01/sao-jorge-chapada-dos-veadeiros-go.html
http://encantosprair.blogspot.com/2018/02/alto-paraiso-de-goias-chapada-dos.html
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